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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Icterícia – Parte I

Este resumo foi elaborado por monitoras de semiologia e supervisionado pela responsável da disciplina. Tem por objetivo auxiliar estudantes de medicina na abordagem semiológica da icterícia, destacando pontos na anamnese, exame físico, principais sintomas e patologias associadas.

1. CONCEITO:

A icterícia é um importante achado semiológico e deve ser sempre valorizada. É um sinal que consiste na coloração amarelada da pele, escleras e mucosas, devido à impregnação dos tecidos por bilirrubina (pigmento derivado principalmente da degradação da hemoglobina). Só é possível detectar icterícia quando os níveis de bilirrubina são superiores a 2mg/gL.

A localização da pigmentação pode ser importante para a distinção clínica entre outras causas de pigmentação amarelada da pele, como carotenemia, condição em que o pigmento (betacaroteno) se deposita na pele, particularmente nas palmas das mãos, mas poupa escleróticas e membranas mucosas. Além da carotenemia, esta pigmentação também pode ocorrer após a ingesta de certos medicamentos (antimaláricos) ou pelo próprio fenótipo da pessoa.

Pessoas de raça negra podem apresentar uma tonalidade amarelada na esclerótica, devido ao acúmulo de uma pequena camada gordurosa na conjuntiva. Como ela não atinge toda superfície anterior do olho, basta fazer um exame mais detalhado para descartar a hipótese de icterícia.

Valores de bilirrubina:

 

DIRETA (mg/dL)

INDIRETA (mg/dL)

TOTAL (mg/dL)

Adulto

0,00 a 0,20

0,20 a 0,80

0,20 a 1,00

Recém-nascido prematuro

   

1 dia: 1 a 8

2 dias: 6 a 12

3-5 dias: 10 a 14

Recém-nascido a termo

   

1 dia: 2 a 6

2 dias: 6 a 10

3-5 dias: 4 a 8

Obs: Os intervalos considerados como referência são os utilizados pelo Laboratório Fleury apenas para fins didáticos (http://www.fleury.com.br/Pages/default.aspx).

A icterícia pode ser dividida em quatro diferentes tipos: a hemolítica, a hiperbilirrubinemia (típica de recém-nascidos), a icterícia hepatocelular e a obstrutiva. Em todas elas há uma quantidade excessiva de pigmentos biliares no sangue:

· A icterícia hemolítica ocorre devido a danos nas hemácias, que podem ter como causa anticorpos formados em decorrência de transfusão de sangue.

· A hiperbilirrubinemia (icterícia dos recém-nascidos) apresenta uma falha temporária na síntese da enzima responsável pelo metabolismo da bílis.

· A icterícia hepatocelular é causada quando os hepatocitos sofrem danos por vírus (como no caso da hepatite) ou pela ingestão excessiva de bebida alcoólica. 

· No caso da icterícia obstrutiva, esta surge após uma obstrução mecânica dos condutos que transportam pigmentos do fígado ao intestino. Este bloqueio pode ter como causa a presença de cálculo renal, tumor ou processo inflamatório.

 

Por: Amanda Baião e Ana Elisa Kadri Castilho – Acadêmicas de medicina da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e Monitoras da disciplina de Semiologia.

Dra. Flávia Fernandes – Docente do Departamento de Medicina da UNIR e responsável pela disciplina de Semiologia.

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